Podcast EconomistAs com Regina Madalozzo: ascensão profissional da mulher, a pandemia e normas sociais

No novo episódio do podcast das EconomistAs, Paula Pereda e Laura Karpuska entrevistam Regina Madalozzo, graduada em Economia pela PUC-Rio, mestre pela UFRGS, e PhD em economia pela UIUC. Regina é professora no Insper e sua pesquisa tem foco no mercado de trabalho, em especial, o mercado de trabalho de mulheres.

 

Regina conta que, na hora de entrar na universidade, como tinha muitos interesses diferentes, estava dividida sobre a escolha de curso, e optou por economia após sugestão familiar. Ela diz que levou tempo para achar um tema na economia que a fascinasse profundamente apesar de gostar do estudo na área, e foi com vários incentivos de professores e orientadores que ela buscou mestrado e doutorado.

 

Regina comenta sobre sua pesquisa que buscou quantificar o impacto da pandemia sobre mercado de trabalho remunerado, não-remunerado, e violência doméstica, e que contou ainda com pesquisas qualitativas em uma série de comunidades no Rio de Janeiro e São Paulo. Essa pesquisa foi discutida em mais detalhes no podcast GeFam, em link. Ela conta que um dos pontos que mais a chocou nessa pesquisa é que, contrariamente a uma crença de que violência doméstica não seria combatida por falta de informação, o observado foi que essas mulheres entendiam muito da legislação no tema, formas de recorrer à justiça, mas que entendiam que na prática não funcionava. Regina traz exemplos de como essas falhas de aplicação de lei se dão e dos obstáculos existentes para mulheres vítimas nesse processo.

 

Regina destaca também outros problemas que afetam mulheres gerados por exigências para uso de serviços públicos, como, por exemplo, horários para consultas de saúde inadequados para mulheres que trabalham, um problema que se agrava quando recai sobre a mulher de forma desproporcional o cuidado sobre a saúde dos filhos. Ela pondera ainda sobre as expectativas e preconceitos tanto de homens como de mulheres sobre o que seriam funções relacionadas a cada gênero, e sobre a dificuldade de transformação de normas sociais. Regina traz uma série de exemplos que ajudam a ilustrar os efeitos e canais, legais ou informais, de perpetuação dessas normas.

 

Por fim, Regina deixa um recado para as jovens economistas: procurar pessoas que pareçam com você, e procurar outras mulheres para conversar e descobrir seus trabalhos.