Neste episódio do podcast das EconomistAs, a gente conversou com a Cecília Machado sobre as mulheres no mercado de trabalho, os custos da maternidade e a questão do aborto. Ela é colunista da Folha de São Paulo na editoria Mercado, economista formada pela UFRJ, fez mestrado na PUC-RJ e doutorado na Universidade de Columbia (EUA).

Ao relatar sua trajetória, Cecília lembra que, em seu período de graduação, a discussão sobre gênero na área praticamente não existia. Quando foi aos Estados Unidos fazer seu doutorado, ela percebeu que as pesquisas nesse campo estavam mais avançadas e passou a se interessar pela influência de aspectos culturais, sociais e legislativos na economia, sobretudo no que diz respeito à diferença entre homens e mulheres: diferença salarial, formas de licença parental, participação do mercado de trabalho, métodos contraceptivos…

Ela também chama atenção para como a pandemia da COVID-19 fez com que as mulheres tivessem suas carreiras afetadas: o fechamento das escolas teve influência direta na diminuição da participação feminina no mercado de trabalho.

Ao debater sobre a questão do aborto, Cecília menciona o caráter polêmico, porém enfatiza que a interrupção da gravidez não é um método de planejamento familiar (ao contrário da pílula, que promoveu uma mudança radical para as mulheres no mercado de trabalho, mas ainda não é muito utilizada por mulheres jovens no Brasil), e sim um problema de saúde pública que gera desigualdade de renda e gênero – portanto, um problema também do campo econômico.

Confira o episódio abaixo: