PodCast das EconomistAs com Marina Gontijo: mulheres líderes e mudanças comportamentais decorrentes da pandemia

Neste episódio do podcast das Economistas, Paula Pereda e Laura Karpuska conversam com Marina Gontijo. Ela é economista pela UFMG, mestre pela FEA-USP e doutora em economia pela EPGE. Atualmente, Marina é diretora na Consultoria Oliver Wyman, papel no qual coordenou no Brasil a pesquisa de sentimento de consumo que mede mudanças de comportamento de consumidores ao longo da pandemia.

Primeiramente, Marina apresenta sua trajetória de crescimento acadêmico e profissional. Ela diz que após terminar a graduação ainda sentia necessidade de continuar seus estudos e por isso segue para o mestrado. Já na USP, ela descobre novas formas de atuar dentro da profissão e novas visões sobre a área econômica. Após fim do mestrado passa seis anos no Mercado Financeiro até que decide fazer doutorado. Entretanto, no doutorado percebe que gostava mais da atuação direta no mercado de trabalho do que na área acadêmica. Após a conclusão do curso retorna para São Paulo para trabalhar na Oliver Wyman, onde permanece até hoje.

Sobre a presença de mentoras e figuras femininas inspiradoras em sua trajetória, Marina cita sua orientadora de mestrado, Marilda Sotomayor, e, no mercado de trabalho, a economista Ana Carla Abrão. Também é frisado no episódio como é documentada na literatura a importância de inspirações e lideranças femininas sobre a carreira e trajetória de outras mulheres.

Sobre a pesquisa de sentimento de consumo, Marina explica que tentam extrair ideias de quais mudanças serão mantidas no pós-pandemia, como a renda das pessoas tem sido afetada, se houve mudanças nos padrões de gasto e consumo, além de mapear diferentes ocasiões da vida do consumidor, e em qual contexto cada um se insere. A pesquisa está em andamento em dez países e analisa mais de vinte setores da economia.

A economista destaca que o Brasil é o país da amostra em que mais pessoas disseram ter tido redução de renda na pandemia e que um grau alto de pessoas disse ter buscado algum tipo de crédito comparado a outros países. Ela informa que ao longo da pandemia o nível de endividamento vem aumentando e a capacidade das pessoas de pagar as contas vem reduzindo, tal que as pessoas têm demonstrado um grau elevado de preocupação financeira no Brasil quando comparado a outros países da amostra. Além disso, o Brasil foi o país onde mais se demonstrou necessidade das pessoas de se buscar ajuda em questões ligadas a saúde mental, como estresse financeiro sendo maior motivo dessa busca.

Por fim, Marina nota que o brasileiro continua otimista com relação ao futuro num horizonte de doze meses. Entretanto, no geral, homens estão mais otimistas que mulheres com relação a carreira, e pessoas mais velhos estão mais otimistas que mais jovens. Ainda, Marina destaca que o choque introduzido pela pandemia trouxe novas alternativas para vários setores e novas formas de consumo que têm sido bem avaliadas por consumidores.

Link para resultados da pesquisa