Podcast: Cristine Pinto fala sobre econometria, mentoria e habilidades socioemocionais

Neste episódio do podcast das Economistas, Paula Pereda e Laura Karpuska entrevistam Cristine Pinto. Ela tem graduação em economia pela Universidade Federal de Minas Gerais, mestrado em Estatística pela PUC-Rio e doutorado em Economia pela University of Berkeley. Atualmente, é professora da Fundação Getúlio Vargas em São Paulo.

Cristine falou sobre a escolha da profissão, quando ela ainda estava no ensino médio: desde cedo, ela já se interessava por métodos quantitativos.  Durante a graduação, o trabalho no banco foi importante, mas foi como assistente de pesquisa que Cristine se interessou pela área acadêmica. Ao terminar o curso, mudou-se para o Rio de Janeiro para fazer mestrado na PUC-Rio. Nesse contexto, ela começou a questionar a falta de teoria econômica nos cursos de graduação, ainda que inicialmente preferisse a pesquisa aplicada.

No entanto, para trabalhar com dados, é fundamental entender que a teoria vem antes do instrumental, segundo Cristine. A hipótese vem a partir da teoria. Qual hipótese quero testar? Para a pesquisadora, data science e avaliação de políticas para ajudar gestores são métodos bastante utilizados para descobrir a causalidade de um fenômeno.

A economista também falou sobre a literatura de controle sintético, um método criado por um econometrista que trabalhava com unidade tratadas. Por exemplo, ele poderia ser usado para descobrir o número de mortos por cigarro na Califórnia. Por esse método, era possível estabelecer um grupo de controle e simular uma unidade sintética (que seria todos os estados americanos). Segundo Cristine, atualmente existem métodos que combinam controle sintético com outros de diferenças e indiferenças, gerando outro método mais robusto em termos de efeito causal.

Cristine também falou sobre a importância das habilidades socio-emocionais (soft skills), responsáveis pelo bem estar individual e coletivo. Sendo elas mais maleáveis, quais são seus impactos? Como medi-las? É sabido que há impacto positivo no mercado de trabalho: pessoas com essas habilidades ganham mais, têm melhores ocupações, e menos comportamentos de risco. Sobre isso, ela menciona sua pesquisa sobre habilidades socioemocionais em programas educacionais.

Por fim, nossa convidada falou sobre a mentoria para mulheres na graduação e pós. Para ela, ainda há poucas  mulheres na Economia, por isso é importante ajudar e estimular um ambiente propício para elas na área. Na trajetória pessoal da nossa convidada, ela menciona que sua ousadia a fazia não parar para pensar na questão de gênero.

Ouça o episódio na íntegra aqui: